O objetivo é que mais pessoas possam ter acesso aos seus benefícios. O maior obstáculo é o alto custo. O robô Vince S custa cerca de US$ 2 milhões. [Imagem: Intuitive Surgical]
O SUS (Sistema Único de Saúde) começará a oferecer cirurgias feitas com o uso de robôs a partir do primeiro semestre de 2010.
O primeiro centro a realizar cirurgias robotizadas pelo SUS deverá ser o Hospital de Câncer de São Paulo, ligado à Universidade de São Paulo (USP).
Avanços no tratamento do câncer
Segundo o oncologista Ricardo Abdalla, especialista em robótica e médico do Hospital Albert Einstein (SP), esse foi um dos assuntos tratados nos três dias do 18º Congresso Brasileiro de Cancerologia (Concan), realizado em Curitiba e que contou com os maiores especialistas do mundo na área.
Foram apresentadas 750 pesquisas científicas durante o evento. Várias dessas pesquisas relacionam o avanço do tratamento do câncer ao surgimento de quimioterápicos de última geração, de equipamentos capazes de fazer o diagnóstico e o tratamento ao mesmo tempo, assim como a disponibilização da radioterapia que trata o tumor e preserva os tecidos sadios.
Controvérsias
Os participantes defenderam a incorporação dessas novas tecnologias aos centros médicos, incluindo os avanços nas áreas de quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Contudo, o uso disseminado das tecnologias de ponta no combate ao câncer está longe de ser uma unanimidade entre os especialistas. E menos ainda entre os gestores da saúde. Os chamados medicamentos de última geração, assim como alguns procedimentos de ponta, geralmente acrescentam poucos meses à vida dos pacientes, mas custam o equivalente ao tratamento inteiro de centenas de outros.
Unanimidades
A robótica, ao contrário, tem aumentado a produtividade das equipes cirúrgicas e melhorado o resultado para os pacientes. E até agora só estão disponíveis para pacientes que podem pagar por elas.
Os robôs já são usados em diversos procedimentos oncológicos, como cirurgias de laringe, cardiotorácicas com envolvimento do esôfago, cirurgias abdominais em relação ao aparelho digestivo, cirurgias urológicas para rins, suprarrenais e próstata e cirurgias em oncologia ginecológica.
Robôs-cirurgiões no Brasil
Abdalla lembrou que atualmente existem quatro equipamentos de robótica no Brasil, em três centros de excelência em oncologia. "O objetivo é que mais pessoas possam ter acesso aos seus benefícios. O maior obstáculo é o alto custo. O robô Vince S custa cerca de US$ 2 milhões", ressaltou.
Mas, de acordo com o especialista, a aquisição do sistema é um benefício enorme, já que proporciona cirurgias muito mais precisas e menos invasivas, o que é traduzido em uma recuperação mais rápida e em menor período de internação.
Sobrevida
O tratamento de câncer de intestino, por exemplo, foi um dos que apresentou maior avanço nos últimos cinco anos. Uma pessoa diagnosticada com câncer de intestino há quatro anos tinha expectativa de viver apenas seis meses, enquanto hoje a sobrevida passa de dois anos.
O mesmo ocorre com alguns tumores de câncer de mama. Atualmente, mais de 50% dos adultos diagnosticados com câncer conseguem ser curados.
Segundo o presidente do congresso, Luiz Antonio Negrão Dias, mesmo com todo o avanço, o mais importante ainda é a prevenção. "Isso é simples. Se todas as pessoas corrigissem hábitos de vida, parando de fumar, praticando exercícios e evitasse comidas gordurosas, teríamos uma redução de 70% em novos casos de câncer".
Fonte: Inovação Tecnológica
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